Memórias: classificação do ponto de vista da neurociência

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Blog Memórias: classificação do ponto de vista da neurociência

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Quem nunca se perguntou como funcionam as nossas lembranças? Como se processam e se dividem os conhecimentos? Como podemos distinguir informações sem se perder nesse meio tão complexo? Ou ainda, como nunca esquecemos de algumas coisas enquanto outras vêm e vão com facilidade?

De forma geral a resposta está na memória, ou melhor, nas memórias. isso porque os processos de aprendizagem acontecem de forma diferente e a classificação das memórias pode explicar essas diferenças.

Memória e aprendizado

Memória e aprendizado são conceitos intimamente ligados. O processo de aprendizagem só se torna possível por causa da memória. Sem a possibilidade de guardar o que apreendemos a segundos ou a anos, não seria possível dar continuidade ao aprendizado sem a necessidade de sempre recomeçar. Somente a partir de conhecimentos fixados e lembrados é que é possível dar continuidade à aprendizagem.

Tanto memória como o aprendizado formam a base para a aquisição de conhecimentos e habilidades, sendo que as memórias são responsáveis pelo primeiro contato e o aprendizado é a retenção dessas memórias e a capacidade de repetir de forma automatizada.

Crianças com dificuldades de aprendizado precisam de acompanhamento profissional para descobrir a causa do problema e o melhor tratamento.

Memórias a curto e longo prazo

A memória de curto prazo armazena as lembranças por um pequeno período de tempo. Isso acontece desde o primeiro segundo do acontecimento até, mais ou menos, seis horas. A partir desse tempo a memória de longo prazo é formulada e passa a guardar a informação por um período mais longo, podendo chegar a várias semanas ou meses. As memórias de longo prazo são divididas em memórias declarativas e não declarativas.

Memórias declarativas e não declarativas

As memórias declarativas são processadas de forma consciente pelo indivíduo e se dividem em episódica e semântica. A memória episódica está ligada a lembranças relacionadas num tempo ou lugar bem definidos. Já a memória semântica se refere aos conhecimentos do mundo e da linguagem de referência como nomes de lugares, descrição de objetos etc. Lembra do passado e utiliza essas lembranças para pensar e organizar o futuro.

A memória não declarativa são lembranças em que não há necessidade de pensar, a ação é natural. Para se chegar a uma memória não declarativa é necessário passar, em qualquer tempo, por uma memória declarativa, o que torna as duas muito importantes no processo aprendizagem. Para entender melhor a memória não declarativa imagine as habilidades adquiridas durante a vida, como o aprendizado de idiomas, andar de bicicleta, praticar esportes, dirigir, entre outras.

Memória operacional

A memória operacional, também chamada de memória de trabalho, é aquela que mais temos consciência da utilização na nossa rotina. Ela é a responsável pelos processos cognitivos através da união de diversas memórias e manipula as informações para se chegar ao resultado desejado. Isso inclui processos de cálculo, fala, leitura e planejamento. O aspecto principal da memória operacional é a temporalidade e a capacidade de se manter a atenção, pois vários conhecimentos podem ser exigidos ao mesmo tempo e eles deverão ser codificados para trazer a resposta de forma precisa.

Para a neuropsicologia, um indicador de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, especialmente em crianças, é a incapacidade de se manter concentrada, o que prejudica o funcionamento da memória de trabalho.

Pense no seguinte: Um cálculo matemático realizado mentalmente exige que se imagine o número, realize mentalmente a fórmula matemática e chegue ao resultado. Tudo deve ser fixado na mente até o processo ser concluído. Uma criança com déficit de atenção não conseguirá manter essas informações e não chegará ao resultado. Se a memória operacional não funciona bem fica complicado fixar novos aprendizados.

O tratamento dessa dificuldade de aprendizagem, na maioria dos casos, exige uma equipe multidisciplinarpara entender as verdadeiras causas e soluções do problema.

Utilizar a classificação das memórias para entender como se processa o aprendizado na mente humana é fundamental. Só é possível aprender algo se existir a capacidade de armazenar esse conhecimento.  Por isso que uma pessoa com problemas de dislexia ou concentração poderá ter um déficit de aprendizagem. Reconhecer qualquer transtorno de memória é importante para tratar o problema de forma mais assertiva.

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