O que é neurociência e qual a sua importância?

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Comments (3) / 8 de janeiro de 2018 /

Quando surge algum estudo novo sobre o cérebro, volta e meia a palavra neurociência aparece. Provavelmente, o termo não deve ser desconhecido para você. Muitas pessoas já ouviram uma menção sobre o assunto, porém, poucos entendem a real importância dessa área.

Nesse post, explicaremos cada um dos aspectos do campo, contaremos uma breve história de como surgiram os estudos da área e esclareceremos o que cada profissional que trabalha com o sistema nervoso é responsável por fazer. Então, se você quer saber mais sobre o que é neurociência, continue a leitura!

O que é neurociência?

O estudo do sistema nervoso. Essa é a definição de neurociência. O foco dessa área é pesquisar o desenvolvimento e a estrutura do cérebro, da medula espinhal e dos nervos periféricos para compreender as bases biológicas do comportamento humano.

Assim, neurocientistas analisam o sistema nervoso com o intuito de perceber o seu impacto nas funções cognitivas e, até mesmo, em nossas ações. Isso é extremamente útil, por exemplo, em casos de distúrbios e alterações.

Tradicionalmente, no âmbito da biologia, a neurociência tem recebido colaborações de diversas áreas, como matemática, química, linguística e psicologia. Dessa forma, ela constitui-se em um campo interdisciplinar.

Como surgiu a neurociência?

Entender como funciona o sistema nervoso não é uma tarefa nenhum um pouco fácil. Apesar do termo neurociência só ter sido cunhado na década de 1970, o estudo do cérebro tem ocupado cientistas desde os primórdios da humanidade.

Na Antiguidade, os gregos já reconheciam o órgão como o centro dos processos mentais e das sensações. Com o passar do tempo, o campo foi se desenvolvendo com a identificação dos neurônios e as pesquisas sobre aprendizado.

Entre os marcos da história da neurociência estão as descobertas de Broca e Wernicke sobre as áreas da linguagem no cérebro. Entre 1860 e 1875, os pesquisadores conduziram análises separadas, mas que levaram a resultados semelhantes. Nos dois casos, os sujeitos tinham os problemas de linguagem causados por lesões cerebrais. Assim, foi possível identificar as regiões do cérebro que afetaram a comunicação.

Outros casos relevantes são o do médico Alois Alzheimer que, em 1906, definiu a doença batizada com seu nome ao estudar o cérebro de uma enferma após a morte, e o do paciente Henry G. Molaison que permitiu compreender como a memória funciona. Em relação ao sujeito H.M., uma cirurgia responsável por remover partes dos seus lobos temporais o deixou com uma profunda amnésia. A partir disso os cientistas conseguiram perceber melhor as partes do cérebro ligadas às memórias.

Além disso, mais recentemente, estudos sobre a neurogênese e a plasticidade neural vêm mudando a percepção dos especialistas ao revelar como se dá a formação de novos neurônios e em que medida o cérebro tem capacidade de se readaptar frente a um estímulo.

Quais são as áreas da neurociência?

Apesar das diversas pesquisas, o cérebro ainda esconde muitos mistérios sobre o seu funcionamento. Até hoje, cientistas continuam tentando absorver a complexidade do sistema nervoso, o que tem levado os pesquisadores a convergir com os mais variados campos do conhecimento.

As investigações neurocientíficas têm permitido avanços importantes e vão muito além do entendimento de distúrbios e doenças. Junto com a engenharia e a informática, pesquisadores conseguem usar a neurociência, por exemplo, para desenvolver tecnologias que beneficiam as pessoas com limitações físicas ou mentais. Por isso, podemos dizer que não existe apenas uma neurociência, mas várias. Conheça algumas dessas áreas:

Neurociência comportamental

O foco dessa linha é entender as conexões entre o organismo e os seus comportamentos. Assim, os pesquisadores da neurociência comportamental vão buscar compreender, por exemplo, em que medida as atividades que acontecem internamente no cérebro afetam a fala, os gestos e outros atos visíveis da pessoa.

Neurociência cultural

Em uma perspectiva mais ligada às ciências sociais, a neurociência cultural investiga como os valores e práticas da cultura de cada sociedade marcam nossa massa cinzenta e, também o contrário, em que medida as crenças são moldadas pela formação cerebral do indivíduo.

Neurolinguística

Já a neurolinguística tem foco na comunicação. Os estudiosos do ramo tentam assimilar quais são os mecanismos neurais que comandam a aprendizagem e a expressão da linguagem. Esse campo é muito útil, por exemplo, em casos de distúrbios da linguagem, especialmente os causados por lesões cerebrais.

Neuropsicologia

Essa área de atuação da psicologia foi reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal em 2004. O objetivo desse profissional é entender as conexões entre as atividades neurológicas e os sintomas comportamentais apresentados pelos pacientes. A neuropsicologia tem avançado, sobretudo, com as técnicas de tomografia computadorizada e a ressonância magnética, que permitem observar a ativação das áreas do cérebro.

Além disso, o campo também é responsável pela reabilitação neuropsicológica, importante no ensino de estratégias de adaptação em casos nos quais os pacientes têm suas funções cognitivas prejudicadas por alguma doença ou acidente, por exemplo.

O que faz cada profissional?

Neurologista, neurocientista, neuropatologista… você sabe quais são as diferenças e semelhanças entre eles? Como o próprio nome já diz, todos têm um fator em comum: o estudo do sistema nervoso. Contudo, cada profissional tem foco em um tópico de estudo. Entenda mais:

Neurologista

Um especialista no ramo da medicina, o neurologista se detém nas doenças e desordens do sistema nervoso, como o Alzheimer. Pacientes com sintomas físicos, como dores de cabeça, insônia e alterações cognitivas, costumam procurar esse profissional para examinar e cuidar das suas condições. A partir de exames neurológicos, o médico especialista consegue fazer um diagnóstico e indicar o melhor o tratamento.

Neurocientista

Já o neurocientista tem uma perspectiva mais ampla sobre o estudo da estrutura do sistema nervoso, pois analisa profundamente suas funções e sua fisiologia. Geralmente, esse profissional não lida diretamente com pacientes e seus sintomas. Muitos neurocientistas se voltam para pesquisas na área acadêmica ou industrial, por exemplo.

Neuropatologista

Como o próprio nome já revela, o neuropatologista cuida das patologias, ou seja, das doenças do sistema nervoso. Por isso, trabalha de forma similar ou, muitas vezes, com as mesmas funções do neurologista. No entanto, sua ocupação pode ser mais específica, ao se ocupar de biópsias do tecido neural, por exemplo, sendo capaz de oferecer diagnósticos precisos sobre as enfermidades da região.

Deu para perceber que a neurociência é um campo vasto e complexo de pesquisa? Pois bem, essa área está em constante evolução. No entanto, seus estudos são muito importantes pelas implicações que eles têm em nossas vidas.

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3 Responses to " O que é neurociência e qual a sua importância? "

  1. […] claro que as coisas não acontecem assim, mas a Psicologia explica os efeitos do pensamento positivo para a sua vida: ele pode influenciar seu comportamento […]

  2. […] constituem objeto de investigação da Neurociência as pesquisas sobre os mecanismos neuronais envolvidos nos distúrbios psiquiátricos, nos […]

  3. […] constituem objeto de investigação da Neurociência as pesquisas sobre os mecanismos neuronais envolvidos nos distúrbios psiquiátricos, nos […]